01/01/15

E às vezes, quando menos esperas, a vida troca-te as voltas e oferece-te uma pessoa assim.

"Razões pelas quais eu acho a Maria o máximo:

1. É muito amiga de toda a gente.
2. Emociona-se com a tristeza alheia.
3. Quando bebe bebidas com palhinha, em vez de dar golinhos dá beijinhos à palhinha.
4. Gosta dela como é.
5. Gosta de toda a gente como são.
6. À parte de "fix" tem uma ortografia impecável.
7. Sabe conversar sobre tudo.
8. Adora a família.
9. Quando passam as músicas preferidas dela, ela fecha os olhos e dança como se ninguém estivesse a ver.
10. Defende-se e defende quem merece.
11. Não guarda rancores.
12. Faz a dança da vitória.
13. Assobia quando está contente.
14. Tem sonhos e não desiste deles.
15. Aprecia o prazer de comer.
16. Tem um sentido de humor maravilhoso.
17. Os olhos dela brilham quando olha para as pessoas de quem gosta.
18. Não faz a menor ideia de que é o máximo porque é extremamente humilde (mas um dia vai saber).
19. Quando está zangada fala muito muito e pede sempre desculpa no fim por estar a falar demais.
20. Faz-me sentir o máximo."

Obrigada...

11/10/14

A sensação é como quando a minha Mãe uma vez me proibiu de fumar numa festa tinha eu 13 anos. As palavras dela ecoaram na minha cabeça o tempo todo mas mesmo assim fumei um cigarro. Não me soube a muito porque estava sempre a pensar no que ela tinha dito e no que iria acontecer se ela descobrisse. Banhei-me em perfume, meti uma pastilha elástica na boca e esperei passar despercebida. Mas bastou entrar no carro para ela perguntar-me se o tinha feito e eu não consegui dizer que não. Não consegui mentir.

Mentir é um verbo que tem aparecido na minha vida nos últimos tempos. Quem mente, sobre que mente, quando mente, porque mente? A mentira era algo que não deveria existir. Eu já menti no passado, às vezes minto quando sou apanhada de surpresa e tenho a certeza que ainda irei dizer algumas mentiras no futuro.
Porquê? Não faço a mais pequena ideia. Podem ser várias razões. Necessidade de afirmação, medo de ser julgada, medo do confronto, ou simplesmente porque nos falta a paciência de dizer a verdade.
Hoje em dia podemos considerar que é um acto comum. É péssimo, mesquinho e na maioria das vezes negativo, mas ainda assim comum.

Naquela noite eu não consegui mentir à minha Mãe. E hoje gosto de pensar nisso apesar de na altura ela ter ficado zangada comigo. Sinto orgulho nisso.
Mas eu aprendi a mentir muito cedo. Infelizmente. E foi uma necessidade, não uma vontade. As razões não interessam agora, mas o que quero dizer é que toda a minha vida lutei e luto para não mentir, para não ocultar, para não dissimular.
Gosto de dizer à boca cheia que sou um livro aberto, que sou transparente, que "what you see is what you get". Mas a vida prega-nos tantas, mas tantas partidas, que mesmo aquelas características que assumimos quase como certas acabam sempre por ser desafiadas.
E penso que esta é a que mais é posta à prova.

27/07/14

Sam Smith - Stay With Me

Porque afinal de contas, este espaço é meu.

Hoje de manhã acordei cinzenta. Acordei com tempo, sem pressa. Peguei no carro e fui para o trabalho.
Cheguei cedo, cedo demais. Tomei o pequeno almoço num Domingo diferente da maioria das pessoas.
Liguei à minha Mãe como faço todos os dias. E como todos os dias ela perguntou-me se eu estava bem.
Ela nunca pergunta se está tudo bem. Mas sim se eu estou bem. Decidi dizer-lhe a verdade. Que não estava.
Ela quis saber o porquê e eu respondi que não precisava contar-lhe, numa tentativa de poupar-lhe coisas que sei que ela tem dificuldade em ouvir. Mas ela é minha Mãe e é a minha melhor amiga. Ela sabe quando é que eu realmente preciso de desabafar.
Assim o fiz. Contei-lhe. Disse-lhe que além das coisas não estarem a correr bem no trabalho, que estava cansada de estar sozinha. Que estava farta de encontrar as pessoas erradas. E caí num pranto. Sentada no banco do jardim. Chorei e lavei a alma. Com ela. E como só ela sabe, ouviu-me e disse-me as mais sábias palavras. Naquele momento foi inevitável ela saber. Nunca lhe falo das coisas do coração, mas foi a melhor decisão que tomei nos últimos tempos. Sem dúvida.

E agora vem a parte cómica. Ou não fosse eu quem sou. E que me fez rir e sorrir e sair do cinzento.
Enquanto falava com ela, um homem aproximou-se de mim preocupado porque me viu a chorar, e disse para eu ter calma. Passou-me a mão no ombro. Tinha um ar doce e cheio de compaixão. Disse-lhe que estava tudo bem e que estava a falar com a minha Mãe. Para não se preocupar. Ele continuou lá, de pé, a certificar-se de que eu parava de chorar. No fim, disse-me que ia ao supermercado, e passo a citar "comprar uma pinguinha". Perguntou-me se eu não queria ao que eu respondi que não, mas a pensar que naquele momento talvez até me animasse. Mas eram 9h30 da manhã e achei prudente recusar. Ainda insistiu dizendo que ia comprar Sangria e perguntou se eu não gostava. Recusei novamente mas agora, já me estava a rir. Tinha deixado de chorar. Ainda ao telefone com a minha Mãe contei-lhe o que se estava a passar e rimos as duas.

A tristeza dissipou-se. As palavras dela e aquele homem que só depois percebi que era um mendigo, fizeram com que eu tivesse força e vontade de ir trabalhar.

Depois disso, passadas umas 2h, duas grandes amigas fizeram-me uma surpresa no trabalho. Na hora exacta. Contei-lhes esta história e mais uma vez ri. Com elas e de mim própria. Porque há realmente coisas que só a mim acontecem. Cada vez mais acredito nisso.

Agora estou sentada na cama a escrever, depois de ter ido ao cinema com a minha irmã. E penso. Sou uma mulher realmente sortuda.

Continuo com saudades tuas e quero muito que chegue o dia em que não vou pensar em ti. Ou sentir-te.
Mas hoje o Universo foi meu amigo e mostrou-me que não se esqueceu de mim.


25/07/14

Cheguei ao ponto em que quase conto as horas. Acho que esta é aquela parte da desintoxicação.
Sempre que há um momento de pausa no meu dia, um momento em que possa pensar, penso em ti.
É verdade. Não tenho porque o esconder. Fazes-me falta e o pior é que não sei porquê.

Sim, prefiro não te ver. Confesso que houve um certo alívio da minha parte. Talvez da tua também. Não sei. Talvez sejas tão racional que realmente não tenhas percebido.

Eu não gosto de conflitos. Não gosto mesmo. E evito-os sempre que posso. Mas cheguei à conclusão de que talvez fosse mesmo preciso uma espécie disso para nos afastarmos. Alguma coisa tinha de acontecer.
Senão tudo iria continuar igual ou pior.

Estou a todo o momento a tentar fazer as pazes com a situação. Sinto-me revoltada por não ter tido a oportunidade que queria e de como isso se está a tornar uma repetição na minha vida. Mas vai passar. Como todo o cliché da vida, vai passar...

23/07/14

Esta sensação. Liga, fala, escreve, encontra, toca, beija, foge. Fala outra vez. Manda mensagem. Espera...espera...

Hoje foi a derradeira sensação de impotência. Um nó no estômago. Um aperto na garganta. Uma vontade de mandar tudo à merda.

Tenho a minha consciência tranquila. Tenho. Porque te respeitei. Porque não te cobrei nada.
E tu tens a tua. A transparência, o deixar as coisas claras, o não criar expectativas.

Mas sabes que mais? Palavras não valem nada quando se sente. Coisa que tu sempre defendeste.
Desisti de tentar perceber-te. De tentar que dissesses as coisas como realmente as sentes.

No dia que parares de te defender podes vir. Nesse dia vamos poder realmente conversar.

16/07/14

"Eu tenho o telefone no silêncio, mas se quiseres podes mandar mensagem quando te apetecer. Às vezes levanto-me a meio da noite e posso ler. Ou de manhã."

Foi algo assim. A memória de Dory não me deixa repetir as palavras exactas. Mas lembro-me da sensação de ouvi-las e pensar que pensavas em mim. Que querias que pensasse em ti. E era bom. Fazia-me sentir bem.

Sei que na maior parte do tempo não levas as coisas a sério. O que não quer dizer que estejas a brincar comigo, claro. Mas tentas sempre tornar as coisas mais simples, mais práticas, mais racionais. E eu acompanho-te. Porque não tenho outra opção.

Tenho apenas este espaço em que posso dizer tudo. Que tenho saudades tuas. Do teu beijo, da tua voz antes de dormir, de estar em contacto contigo. E não esta coisa fria que fazemos agora.

Não queria "perder-te". Queria que continuasses na minha vida. E por isso passo por cima do que muitas vezes quero dizer ou fazer. E faço-o com a certeza de que é para um bem maior. Talvez uma futura boa amizade. E isso nunca é demais.