07/05/10

Stimorol


De há uns tempos para cá, ando e ter lembranças de infância. Surgem espontâneamente em forma de músicas, fotografias, objectos, momentos, pessoas.
Fico sempre muito feliz quando isso acontece porque, se há coisa que eu tenho é má memória. Quem me conhece sabe que isto é bem verdade.

Desta vez foram as pastilhas "Stimorol". Não era eu que as comia, era a minha Mãe. Era mesmo viciada. Não havia dia que não pusesse à boca quase uma caixa inteira. E eram tão estranhas. Eram brancas por fora e castanhas por dentro. Ardiam que se fartava e tinham um sabor muito estranho que era uma mistura de mentol fresco com tabaco.
Além disso, eram mínimas e duravam muito pouco tempo.

Enfim, eu não apreciava, digamos. Mas a minha Mãe...Ui... Era vê-las a desaparecer.

Não sei se ainda as fabricam, mas concerteza não naqueles papeis de cor que nos transportam ao passado. Tenho saudades das "Stimorol", porque, era com este tipo de coisas que eu ocupava o pensamento:

"Porquê que a minha Mãe gosta tanto desta porcaria?"
" A caixa está a chegar ao fim.Já sei que temos que ir comprar mais"
"Oh filha, faz um favor à Mãe. Vai ali à bomba de gasolina e compra 3 caixas de Stimorol"
"Ai que isto não deve ser lá muito bom para a minha Mãe, comer isto todos os dias"
"Oh Mãe, ficas com um hálito estranho na boca, não percebes isso?"
"Será que algum dia vais enjoar estas pastilhas?"

Ou era isso, ou era a bomba de asma, também ela azul. "Oh filha, passa aí a bomba de asma à Mãe".

As coisas de que me lembro...

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