Eu não sei interpretar o silêncio. A mim, o silêncio não me diz nada. Conveniência? Vontade? Indisponibilidade? Medo? Incerteza? Não saber o que dizer? Não querer dizer? Excesso de trabalho? Falta de paciência? Vergonha?
Não faço a mais pequena ideia e aquilo que eu não sei perturba-me. Mexe comigo de uma forma irracional.
Faz-me ter vontade de dizer e fazer coisas estúpidas, infantis e infundadas.
Sim, infundadas. "Porque o silêncio não é um não", disseram-me ontem. E "Sabes que, as mulheres mais velhas têm que ter mais tempo para pensar".
E sim, tenho que ter calma não é? Tenho que ser "adulta", ponderada (como estou a ganhar aversão a esta palavra).
Estou zangada, claro. Não contigo, claro. Mas comigo, por me conhecer tão bem ao ponto de saber que iria escrever estas palavras tal e qual como estão escritas e que iria sentir-me tal e qual como estou a sentir-me.
Eu não te conheço e tu não me conheces. "A falar é que a gente se entende". Sempre adorei essa frase. Mais do que um cliché é uma realidade para mim.
Mas então fala, diz qualquer coisa, faz qualquer coisa. Ainda que não me devas nada.
Eu não sei interpretar o silêncio e mais do que isso, eu não posso querer interpretar o silêncio.
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