28/11/10

De volta...

Abandonei-te por algum tempo. Abandonei os blogs que costumo acompanhar também.

Tenho precisado de reflectir, de projectar, de tomar decisões e principalmente, agir.

Há quase dez anos atrás, alguém me disse que eu tinha uma enorme capacidade de amar.
Na altura senti-me especial. Nunca tinha pensado nas coisas daquela forma e foi uma surpresa alguém, que praticamente não me conhecia, dizer-me aquilo assim, sem mais nem menos.

Hoje, não sei se tenho realmente essa grande capacidade ou não. Na verdade, o amor tem andado adormecido em mim. O amor, que deveria ser o motor que me faz acordar, mexer e trabalhar, está com preguiça e prefere ficar aninhado debaixo dos lençois.

As relações, ou o que mais se assemelha a elas, mudaram, transformaram-se e tem-se apresentado em formas por mim antes consideradas impossíveis.

Nada na minha vida tem corrido o suposto curso natural. Aquele que idealizaram para mim.

Gostava mais do fato de treino com as sapatilhas do que dos vestidos (apesar de que hoje adoro vestidos). Adorava jogar futebol em vez de brincar com bonecas. Brincava ao "bate pé" porque achava graça sentir uma coisa doce e molhada na minha boca e não porque os rapazes eram giros.
Ia às festas e queria desesperadamente que algum rapaz olhasse para mim porque, não queria ser diferente.
Quando achei que já estava há muito tempo à espera, decidi racionalmente apaixonar-me pelo meu melhor amigo que hoje é gay. Uma noite estava deitada na cama e decidi isto.
Aos 16, sem saber, apaixonei-me por uma mulher que mudou a minha vida. Por ela e para ela escolhi um curso, uma profissão. Mais uma vez, um que não era o ideal. Aprendi depois que a minha escolha, apesar de ter sido pelas razões erradas, teve o resultado correcto. Mas não era o que queriam para mim.

Como se não bastasse, abafei isso com um namorado perfeito. Inteligente, criativo, bonito e que me amava.
Eu também o amava, mas amava mais o amor dele por mim.

Não é de espantar que um dia, chegada do nada e com um abraço, tudo isso fosse desmoronado.

Mas eu acredito na mudança e em evolução. Aceitei e atirei-me de cabeça.
Tudo o que idealizaram para mim e por mim foi definitivamente por água abaixo.

Tudo mudou. Eu mudei, os meus amigos mudaram, os meus pais mudaram, os meus hábitos mudaram.

E agora, desta forma trapalhona e em jeito de improviso cheguei até aqui.
Já não posso dizer que sou uma adolescente, que sou uma jovem adulta ou que estou em fase de transição.
O momento é agora. "As férias acabaram".
A vida está a tomar forma.

E eu estou a tentar perceber se gosto desses contornos.
E para isso precisaria de analisar. Tudo ao pormenor.
Mas tenho me revelado totalmente incompetente em fazer isso.
Tenho deixado levar-me pela corrente.

E não devia...

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