Dei um chuto no cu da escrita.
Abandonei-a sem olhar para trás e segui com a minha vida.
Senti que o facto de ter esta constante necessidade de escrever me estava a tirar o prazer de viver as coisas sobre as quais escrevia.
A inspiração também pediu um tempo.
Por uns meses nem quis pensar neste blog.
E vou terminá-lo. Sim, porque as coisas têm o seu tempo e espaço e este chegou ao fim.
A minha vida está a dar uma volta de 180º (sim, eu sei a piada dos 360º).
Tudo está diferente. Tudo vai ficar ainda mais diferente.
Eu sempre fui apologista da mudança, da evolução. E acho que é isso que está a acontecer.
Tenho momentos de hesitação, de receio, de "será que estou a tomar as decisões correctas?",
mas estou realmente farta do medo. Nunca o medo jogou a meu favor, nunca me fez ganhar nada.
Ele está sempre lá, no fundo da minha cabeça como um pequeno demónio.
Ele existe e eu sei que ele existe, mas eu optei por não lhe dar grande importância.
A minha família e os meus amigos dão-me força e segurança para seguir em frente e saber que, se alguma coisa correr mal, tenho onde me apoiar.
Eu que sempre me considerei uma pessoa optimista, tenho vindo a perceber que talvez não seja assim tanto.
As voltas da vida nestes últimos anos abalaram a minha crença de que as coisas podem correr bem.
Não sou de política e para meu mal, nunca sei profundamente o que se passa por este país, mas acho que fui afectada pela tão dita crise de uma forma bem forte.
Não foi só o poder material que desapareceu, foi a segurança de nos sabermos auto suficientes. Capazes de nos sustentar e de fazer projectos para o futuro.
Tudo parece embargado. Tudo parece 1000 vezes mais difícil.
Lembro-me de há não muito tempo pensar que tinha o Mundo à minha espera. Que poderia fazer tudo o que eu quisesse.
E agora falam-me em emigrar porque este país não está com nada.
Custa-me e recuso-me. Adoro o meu país e adoro a minha cidade. E vou tentar ainda mais uma vez.
O meu saldo bancário não pode ser a razão da minha felicidade.
E sim, provavelmente vou contar tostões mais uns tempos, mas se não tentar, vou sentir que fiquei ainda mais em dívida para comigo e para com os meus.
Foi bom escrever este blog. Até ao próximo.
Sem comentários:
Enviar um comentário