01/11/11

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E o pior são as memórias.

Como quando estamos a arrumar a casa e vamos encontrando coisas que nos fizeram felizes e por momentos agarramo-nos a elas com uma saudade maior do que nós.

Porque não controlamos os nossos pensamentos, apenas podemos desviá-los ou talvez ignorá-los, surgem-me constantemente imagens desses bocadinhos que me faziam levitar.

Precisamente agora que não precisava deles, que podiam ficar lá no fundo, adormecidos, teimam em vir à superfície, fazendo-me lembrar do quão bom era quando era bom.
E inexplicavelmente o mau não aparece, está escondido, hibernou.

Aboli a palavra culpa porque seria uma história sem princípio, meio ou fim.

Mas a palavra frustração está constantemente na minha cabeça. Por vezes penso que nós, seres humanos, não merecemos ser racionais. Deviam ter dado isso a um golfinho, um elefante ou a uma joaninha. Talvez eles tivessem dado melhor uso.

As pessoas estão sempre a fazer mal umas às outras. Não conseguimos evitar. É impossível fazer tudo bem.
E digam lá. Haverá coisa mais frustrante do que fazer uma coisa com uma intenção e ter o efeito contrário?
Pois não acredito que haja. É porque além da racionalidade ainda nos foi dado o bónus da personalidade.
E para dificultar ainda mais o trabalho são todas tão distintas e com tantas subtilezas, que se torna impossível responder a todas as solicitações.

Não queria usar a expressão "agradar a gregos e a troianos", mas neste momento não me lembro de mais nenhuma.
Começo a achar que isso é impossível. Mas se alguém tem uma resposta, aceitam-se sugestões.

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