É precisamente neste momento que tenho medo de escrever.
Quando me deito na cama e tenho de voltar a acender a luz para escrever.
Porque preciso. Muito.
A necessidade de escrever revela sempre algo intenso.
Seja o que for, seja sobre o que for...
E o medo (lá estou eu a falar sobre essa palavra outra vez, hoje) vem do facto de não saber como escrever.
Estou bem, estou feliz sim.
Mas neste momento de silêncio depois destes dias conturbados, estou a organizar as ideias, a sublinhar as partes importantes, a interpretar os acontecimentos. Exactamente como se faz com um texto.
Mas este texto não vai ser organizado.
Seria dramatizar dizer que anda aqui uma grande confusão. Porque não anda. Até é muito simples.
A minha intuição falou comigo e explicou-me tudo. E eu sei o que isso significa. Significa uma coisa que eu detesto. Ter calma.
Não gosto, nunca gostei e algo me diz que nunca vou gostar. Gosto de sentir-me calma, mas não sei ser ponderada. A própria palavra soa-me mal, apesar de saber da sua extrema necessidade.
Há coisas que preciso decidir. Para não desviar-me do caminho. Para não descentrar outra vez. E mais.
Preciso fechar os olhos, respirar (e a falar de respiração outra vez) fundo e concentrar-me...
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