Ela disse que vinha a Lisboa em Setembro.
Voltei a dar-lhe o meu número mesmo sabendo que ainda o tem. Porque ela pediu.
E combinamos nos encontrar. Porque temos de falar. Ou melhor, eu tenho de falar.
[Daqui a uma semana fazes anos. 37? Se não perdi a conta. Quando te conheci tinhas pouco mais que 25 e uma história de vida que me fazia ficar vidrada. Era como ficava. Vidrada. Não ouvia mais nada. Não ouvia ninguém. Não queria mais conhecimento nenhum.
Tudo o que me contavas bastava. O mundo ficava enorme. E eu ficava com aquela sensação de que podia tudo.
E por te ter conhecido tudo na minha vida mudou. Porque num dia qualquer alguém me levou até ti. E porque nos encontramos. Por alguma razão as nossas vidas cruzaram-se naquele ano.
Sabes que só anos mais tarde percebi? Percebi o que a tua presença me tinha feito.
E era o que te queria dizer. Porque não sei se alguma vez percebeste. Se percebeste mesmo.]
Mas Setembro já passou. E ela não veio. Ou veio e não ligou. Porque ela não sabe. Não sabe que quero agradecer-lhe. Que por causa dela hoje sei mais sobre mim. Que por causa dela vejo o amor de outra forma. Com outra forma.
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