05/10/12

"Há dores que não passam. Feridas que não fecham. Há coisas mais permanentes do que achamos que conseguimos suportar. Há erros que, achamos, vamos sempre ter tempo de remediar e palavras que vamos sempre ter tempo de dizer. Até que não temos. E de repente, fica tudo entalado na garganta, num nó que não nos deixa falar nem respirar. Um nó que temos de engolir, para sobreviver.
Há gente que, quando nos falta, nos leva o chão. O ar. Que nos deixa um buraco grande e fundo, que não vamos conseguir encher. E essa falta muda-nos, torna-nos diferentes. Melhores numas coisas, porque aprendemos que a importância de não deixar nada para amanhã pode ser cruelmente verdadeira. Piores noutras, certamente, por nos faltar uma parte de nós, que se foi e não volta.
Devagar, aos poucos, vamos voltando a respirar. A sorrir, a rir até, inicialmente a medo, porque não sabíamos que ainda nos lembrávamos como era e porque durante algum tempo achámos que nunca mais o íamos fazer. E que não podíamos fazê-lo. Mas nós continuamos cá e rir faz parte de viver.
E há amigos que nos dão a mão e nos ajudam a sair do escuro. Amigos que nos alimentam corpo e alma, que nos fazem rir e nos deixam chorar. Amigos sem os quais teríamos enlouquecido. E aos amigos agradece-se com abraços e com chocolate."

Roubado daqui.

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