Pior do que fazer depilação, é ser tesa e fazer depilação.
Farta de fazê-la em casa, aventuro-me nas mãos de qualquer promoção de 20,00.
Se já passei por situações estranhas, esta que vou contar de seguida, é de longe das melhores.
Entrei no cabeleireiro hoje à tarde sem marcação, tentando um golpe de "sorte".
Depois de esperar meia hora, uma rapariga muito simpática chamou-me para subir.
Para mim, é sempre uma hora de terror, mas eu não fazia ideia do que se iria passar a seguir.
Deitei-me na marquesa e quase sem ter tempo para me ajeitar, a menina atirou-me com um bocado de cera a ferver para cima da perna, não acertando nas cuecas por pouco.
Pensei para mim: "Pronto, já deve fazer isto há tanto tempo que faz isto sem pensar. Já deve estar farta de tirar pêlos às pessoas."
Mas quando a cera secou, eu comecei a perceber que ela não fazia a mais pequena ideia de como a tirar.
Passados 10 minutos, a rapariga continuava na virilha esquerda, provocando-me dores de tal ordem, que só me apetecia apertar-lhe o pescoço. Mas eu aguentei-me. Nunca pensamos que os supostos profissionais não são realmente profissionais.
Depois, começou a saga da perna. Foi aí que a coisa deu para o torto. Eu não sou profissional, mas sei que nas pernas se usa a cera de roll-on, que estava lá em cima da mesa. Mas por alguma razão, ela decidiu utilizar da outra. Aí, eu desconfiei mesmo e disse: "Olhe, desculpe, mas para a perna se calhar é melhor utilizar da outra cera, senão ficamos aqui até amanhã."
Acreditem, disse isto com o ar mais querido deste mundo.
Ao que ela respondeu: "Ah, pois." Com aquele ar, como quem diz, "Eu sei!".
Lá foi ela toda valente buscar a outra cera, traça-me um bocado na perna e depois começa a dar pancadinhas como se a fosse tirar com a mão (outro pormenor, esta cera tira-se com bandas de papel, com a mão é literalmente impossível).
Aí eu disse: "Não pode tirar com a mão, tem que usar as bandas de papel."
Ao que ela respondeu mais um "Ah pois".
Foi a gota de água. Sou uma pessoa tolerante e até paciente, mas eu estava a ensinar aquela pessoa a fazer o trabalho dela. E o pior é que ela não tinha mesmo mão para a coisa.
Como pessoa pacífica que sou, disse-lhe muito educadamente que não conseguia mais estar ali, que ia embora e que ela não podia fazer depilação às pessoas sem saber.
Quando desci e cheguei à caixa, expliquei a situação ao rapaz que lá estava que ficou com um ar surpreso. Disse que não me ia cobrar nada e desfez-se em desculpas.
Entretanto chegou outra colega que supostamente era realmente depiladora e disse-me: "Vem, eu faço. Não se vá embora". Qualquer coisa assim.
Hesitei por um momento. Por um lado estava farta de estar ali e chateada pelo que tinha acontecido ( se bem que agora me parece tudo muito cómico). Por outro, queria mesmo fazer depilação e lá é mesmo barato. O que ser tesa faz às pessoas!
Lá cedi e subi para a minha sessão de dor. Podem crer que foi a sessão mais rápida de toda a minha vida. E volta e meia pedia-me desculpas de cada vez que eu lhe explicava o que tinha tido que dizer à outra rapariga.
Enfim, não retiro propriamente nenhuma lição disto e filmado teria sido muito mais engraçado. A cara da rapariga de como quem diz: "Não faço ideia do que estou a fazer". Foi demais.
Ah!... Sim...Conclusão. Às vezes o barato sai caro. Literalmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário