Tudo desfaleceu...
As minhas crenças foram abaladas. A forma como vejo as pessoas e a vida.
Tenho tentado explicar como me sinto mas sem sucesso. Talvez porque não hajam palavras que possam descrever.
Tento então da seguinte forma:
Sabes que quando estás triste, estás triste e sabes disso. Ou feliz ou com raiva. Ou seja o que for. Sabes identificar o que estás a sentir. Eu não sei.
As pessoas dizem-me: "Estás apática." Na tentativa de atribuir um nome ao que estou a sentir. E como não consigo prolongar esta conversa, digo que sim.
Mas não, não é isso. O que sinto é uma mistura explosiva de raiva, ódio, amor, saudade, frustração, ansiedade e loucura.
Isto é o que vai dentro de mim. Não é apatia. Não. É uma vontade enorme de voltar atrás e fazer tudo outra vez. E logo a seguir faltam-me literalmente as forças nas pernas e deixo-me ficar.
A tua imagem vem à minha cabeça a toda a hora e em muitas delas odeio-te. Mas não te odeio de te querer mal. Odeio-te por não teres tentado. Por me teres deixado a tentar sozinha. E por depois ainda me culpares por isso.
O grau de injustiça é tanto que nem é revolta que sinto. É indignação. É não saber o que dizer de tão espantada que estou da proporção que isto tomou.
Como é que é possível dois seres humanos terem deixado uma situação chegar a um ponto sem retorno. É que agora não tem retorno. Tu nunca retornaste e eu não vou retornar. Porque isso diria que eu sou fraca e que não tenho valores.
Odeio-te por teres feito parte disto. E se pudesse apagar da minha memória a tua existência, assim o faria. Seria mais fácil do que saber onde estás todos os dias.
somos sempre um ponto de existência. e somos sempre uma onomatopeia de nós mesmos. emitimos o mesmo som várias vezes mas ele ganha sempre um novo vigor com o passar do tempo até deixar de se ouvir.
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