30/12/12

31.12.12

Este ano foi pesado, difícil, cheio de obstáculos, provações, altos e muitos baixos. Conheci mais de mim do que em qualquer outro ano. Superei-me, deixei-me cair, sorri muito, dancei (mesmo muito), fiz amigos (dos bons), deixei coisas para trás onde elas pertencem. Digeri quase toda a raiva e também a deixei onde ela deve estar. Aprendi que essa raiva existia.

Aprendi a apreciar a tal arte de estar sozinha. Ou estou a aprender e a perceber até onde isso é saudável.

Trabalhei muito. Ou muito para mim. Ou para o que estava habituada. E senti-me auto suficiente pela primeira vez na vida.

Descobri que vou ser tia. Decidi sair do país um tempo.

Fui a pé para o trabalho menos vezes do que queria. Não me inscrevi na natação.

Mudei de casa e nunca mais pensei na casa antiga. Ainda não decorei o quarto. Falta um candeeiro no tecto.

Tive vontade de vender o carro e depois desisti. Agora tenho vontade outra vez.

Pedi o cartão FNAC e respondi que sou cozinheira quando me perguntaram a profissão.

Perdi deliberadamente grande parte da memória de Janeiro. E Fevereiro. E Março...E Abril.
Bem, perdi grande parte da memória de Janeiro até ao Verão.

No Verão fui ao Meco. Às festas do pôr do sol. Senti-me leve.

Engordei. E não foi pouco. E vi isso acontecer aos poucos sem ter força para parar.
Em 28 anos nunca tomei a resolução de perder peso. É este ano.

Vi pessoas crescerem e a decrescerem. Descobri pessoas valiosas.
Tive pouco tempo livre para as conhecer melhor.

Este ano foi cheio. Foi intenso, complexo. E ao mesmo tempo foi racional, prático e básico.
Foi um instinto de sobrevivência.

Não deu para fazer planos. Deu para sonhar.

Tive insónias. Muitas e repetidas. Envelheci, à falta de termo melhor.
Escrevi pouco e cantei ainda menos.

Trabalhei muito. Já disse?

Descobri o meu lado pessimista. Achava mesmo que ele não existia. Mas estou a lidar bem com ele. Não lhe dou atenção.

Parti um coração. Mas tentei ter cuidado.
Ainda não colei o meu. Estou a ter cuidado.

Não vou escrever sobre o amanhã. O dia 1. Nunca me fez muito sentido escrever sobre o futuro.
Não sei porquê.

Mas sim, podia ser mais gentil ou pelo menos que recompensasse o que se passou nas linhas acima.
Já era.




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