11/05/13

Este é o país do emprego. Dizem que não vai durar muito mais. Que o pico já foi atingido.
Que lhes subiu à cabeça e que não tarda, estarão como nós.

Sempre gostei dos brasileiros, da comida, da música, do feeling. Há algo neste país, nestas pessoas que é atraente, que nos faz querer ser um pouco como eles. A descontração, a forma de falar, o jeito...

Mais uma vez os clichés da vida apanharam-me na curva. Sim, continuam a haver todas as coisas boas, mas quando chegas aqui vês o outro lado. O lado do exagero. Tudo o que há de bom há também de mau, em exagero.

Os sem abrigo, a quantidade absurda de empregados para lojas minúsculas, os preço da comida, a poluição e a desorganização.

Ontem fui ao shopping paulista, aqui mesmo ao pé de casa. Estava à procura de umas lojas então ia distraída. Passei por várias pessoas que seguravam o que me parecia ser um cabo de vassoura, mas que não estavam a varrer. Quando percebi o que era não quis acreditar. O chão era de cerâmica branco, então por vezes fica com as marcas dos sapatos das pessoas. Estas pessoas tinham cabos de vassouras de facto, mas na ponta tinham enfiada uma bola de ténis para passar por cima dessas marcas e limpa-las. Se disser que passei por algumas 4 ou 5 num shopping que não é de todo grande, não estou a mentir. E garanto-vos que esta deve ser uma das duas tarefas que estas pessoas devem ter. Não mais do que isso.

Aqui há emprego para tudo. Literalmente. E a discrepância de salários é brutal. A grande maioria destas pessoas ganha o salário mínimo que não chega aos 300 euros.

Isto é só um exemplo. O meu irmão diz que não podemos comparar. Assim como não se podem comparar pessoas, é estúpido comparar países. Mas é inevitável, mesmo não comparando, observar estas coisas.

Talvez a vida mude e eu me torne numa pessoa capaz de adaptar-me a um sítio assim. Mas neste momento sou europeia de gema.


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