25/07/14

Cheguei ao ponto em que quase conto as horas. Acho que esta é aquela parte da desintoxicação.
Sempre que há um momento de pausa no meu dia, um momento em que possa pensar, penso em ti.
É verdade. Não tenho porque o esconder. Fazes-me falta e o pior é que não sei porquê.

Sim, prefiro não te ver. Confesso que houve um certo alívio da minha parte. Talvez da tua também. Não sei. Talvez sejas tão racional que realmente não tenhas percebido.

Eu não gosto de conflitos. Não gosto mesmo. E evito-os sempre que posso. Mas cheguei à conclusão de que talvez fosse mesmo preciso uma espécie disso para nos afastarmos. Alguma coisa tinha de acontecer.
Senão tudo iria continuar igual ou pior.

Estou a todo o momento a tentar fazer as pazes com a situação. Sinto-me revoltada por não ter tido a oportunidade que queria e de como isso se está a tornar uma repetição na minha vida. Mas vai passar. Como todo o cliché da vida, vai passar...

2 comentários:

  1. Vai passar... como a inevitabilidade do tempo...

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  2. Hoje vou falar-te do medo, aquele que me afaga as horas e desenha meandros de “ses” todos os dias – que não me tira o sono, apenas sonega-me o rasgar dos sorrisos ao acordar. Pergunto-me se saberás que medo é esse, num inquérito incontornável, consciente da realidade da tua existência que nem mesmo o Atlântico consegue esquecer.
    Gostava de pensar nesse medo e ser egoísta, mas não consigo, dou por mim a chamá-lo de nosso, como se empreendesse um último esforço para segurar as amarras que me atam a ti. Será que ainda existem?!
    Decidi desnudar-me das roupas que me protegem os olhos do pó que se levanta quando te recordo. Confesso que quando chego a casa já não me faz falta o teu beijo ao abrir a porta; consigo degustar o silêncio vazio da tua voz sem a necessidade de por a tocar o cd que deixaste comigo; quando o tempo pára e o meu olhar perde-se, sei que encontro os cantos da casa vazios da tua imagem. Sabes, já não consigo cheirar-te na almofada que acabou de ser lavada ou ter saudades das coisas que espalhavas pela casa.
    Esse medo condiciona-me o respirar de todos os verbos e todas prosas que amanhã poderão rescrever-me a paixão, porque amanhã pode nunca chegar - sei que existem lirismos difíceis de igualar. Tenho medo das saudades e essas são a minha maior fraqueza.
    Hoje, numa lucidez pouco frequente, num desespero quase demente, falo-te desse medo… o medo de te amar para sempre.»

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