30/10/11

Deep Blue

"Nos últimos meses havíamos nos atacado de todas as palavras feias que existem no dicionário. Ouvimos coisas nunca antes pensadas. Coisas absurdas que chegaram ao ridículo. Das que irracionalmente nos vão ao coração e rasgam-no quase irremediavelmente.

Escrevi-te uma carta. Para o dia em que celebraríamos o nosso primeiro aniversário. O primeiro de muitos acreditava eu. Nela descrevi a beleza e a felicidade. A cumplicidade. Nela descrevi a paixão.

Ao escreve-la chorava-a. Chorava-a pela possível inutilidade de escreve-la. Sabes que eu sempre te quis mostrar como podia ser bom gostar de alguém e esse alguém gostar de nós?

E agora "tenho medo de ti". Dizes-me. O que despertas em mim é tão forte que me faz cometer loucuras. E o que me faz perder a cabeça por completo é a indiferença, a frieza, a intolerância. Faz-me ter vontade de gritar ainda mais, ainda mais alto, com a esperança de que oiças o que realmente estou a dizer e não o que pensas ouvir.

Têm-me "acusado" de falar em código quando eu sempre achei ser transparente.

E eu não quero mais correr o risco de não me compreenderem.

Eu não quero gostar de ti. Eu não posso gostar de ti. Mas gosto. Se é a palavra amor que não gostas eu não a vou usar. Não preciso de palavras.

Dizia que duvidava do que sentias por mim porque o meu ego assim o exigia. E também ele exigiu que fosses só minha. Inteiramente minha. Se o meu ego não existisse talvez fosses realmente minha. Mas ele falou mais alto. E eu perdi-te.

Chegando ao dia de hoje, aqui sentada a escrever novamente para ti, nada nem ninguém me vai tirar a certeza de que isto existe. Existiu e continua a existir, apesar da sua impossibilidade de ser.

O dia de amanhã é o dia de amanhã. O dia de hoje doi e é triste. "

2 comentários:

  1. Pois é. Está tão bonito! Já tinha saudades de te ler.

    Acho que terminas muito bem o texto e é bem certo que, apesar do dia hoje doer e ser triste, os seguintes poderão ser melhores e contínuos de coisas boas.

    Tens te portado bem e tens tido momentos de risos fartos, momentos cheios de ti e de pessoas que estão ao teu lado e gostam de ti.

    Tu sabes e se não souberes, tens quem te relembre.

    Quanto ao resto, penso que devias estar (e provavelmente estás) de consciência tranquila.

    Como aquela cena da AG:

    "MARK: Walk tall.
    CALLIE: What?
    MARK: All you can do is be brave enough to get out there. You fought. You love. You lost. Walk tall, Torres."


    Love u,
    Your fab sis ;P

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  2. Maninha, gosto muito dessa cena da AG.
    Acho que não podia ser mais adequado.
    Obrigada pelos teus comentários. Tinha saudades de escrever. Mal ou bem não interessa. Sabe-me bem...:)
    Lov u 2 baby***

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