24/09/12

L I S B O A 24/09/2002 - 24/09/2012

Hoje faz 10 anos que vim viver para Lisboa.

Dia 24 de Setembro de 2002.

Lembro-me como se fosse hoje desse dia.
9 caixotes. 2 malas?...Dos caixotes tenho a certeza. Das malas não. Um deles tinha a minha televisão.
Igual à da Amélie...

Larguei tudo em casa e liguei ao João que me disse estar no Chiado.
Na altura e nos primeiros 2 meses vivi na Lapa. Não sabia andar de metro nem fazia a mínima ideia a que distância ficava o Chiado.

A minha memória mais vívida é a de pegar na mochila e sair de casa. Começar a andar em direcção à Avenida Infante Santo (que na altura não sabia o nome) e sentir-me livre.
Não sei explicar de outra forma. Sei que esta sensação me ficou no corpo até hoje e creio que irá ficar até ao fim da minha vida.
Foi a primeira vez que me senti leve. Que me senti realmente leve. E nunca mais vou esquecer-me.

Foi nesse momento que me apaixonei por Lisboa. Uma cidade que supostamente já conhecia mas que nesse dia se tornou a minha cúmplice, a minha companheira, a minha casa.

Ao contrário da maioria dos meus amigos e colegas de Liceu, não tinha muita vontade de sair da Madeira e muito menos tinha vontade de vir para Lisboa. Ainda para mais vinha fazer um curso que não queria. Nada indicava esta paixão que dura até hoje.

E digo-vos, é mesmo uma paixão arrebatadora. Em Lisboa aprendi a desenrascar-me, a ser feliz, a ser triste, a ser sozinha, a fazer amigos, a criar laços, a quebrar laços... Em Lisboa tenho vivido os mais altos e baixos que alguém pode viver.
Porque esta cidade é qualquer coisa. Esta cidade é mágica. É especial.
Atingiu-me qual seta de cupido e nunca mais me largou.

Alguns pensam que esta cidade prende-me. Que não me deixa evoluir ou alargar horizontes.
Mas não. Eu amo viver aqui. Eu amo estas ruas, estes prédios, este rio, esta luz. Amo tudo.

E não sei se algum dia vou sair daqui. É impossível saber. Mas aconteça o que acontecer, esta cidade marcou-me. Viu-me crescer aquela parte mais importante de todas. A parte em que nos tornamos adultos. Viu-me ter desgostos de amor duros e difíceis. Viu-me apaixonar-me com todas as minhas forças. E isso, ninguém lhe tira.

Lisboa desperta isso em mim. Todas as emoções que podemos ter na vida. E é sempre assim que vai ficar na minha memória.


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